Resenha (?) de Morte Súbita #8

março 20, 2013 Guilherme Bizzi Guerra 5 Comments


Olá, caro leitor,


     É a primeira vez que eu posto um texto no blog da Mônica. Espero que vocês gostem, principalmente ela, claro, que é a autora principal :) A resenha aqui apresentada foi apresentada nesse blog. Sinta-se à vontade para visitá-lo.

     Primeiro, devo informar que caso você não tenha lido Morte Súbita e não gosta de saber se detalhes da estória antes de ler o livro, pare de ler este post imediatamente. Caso você não seja uma pessoa "neurótica" ou já leu o livro, sinta-se à vontade para continuar a ler esse texto. Abaixo, você encontrará uma breve resenha (?) do livro Morte Súbita, de J. K. Rowling, que preencheu as minhas férias. Não sei bem se o nome resenha seria o mais adequado para o texto a seguir, talvez um breve comentário ou retenções acerca da obra de Jo Rowling. Enfim, não farei uma análise detalhada do livro, mas destacarei alguns pontos que considero importante e que destoam da obra prima da autora, a série Harry Potter. Um spoiler desse meu texto: penso numa aproximação dos personagens de MS (a partir de agora, assim será a referência a Morte Súbita) com os personagens de HP (e assim será a referência à saga Harry Potter).



     MS, lançado em 2012, no Brasil, pela Editora Nova Fronteira (incrível que não tenha sido a Rocco, não é?), mostra-se como uma tentativa de desligamento do mundo da fantasia e da imaginação. Por que? Porque MS não é um livro destinado ao público infanto-juvenil. Aliás, não tem praticamente nada de "infanto", visto que as crianças levariam um choque com a linguagem utilizada (já fiz referência a isso em outro post). Acredito que seria um livro para quem começou a ler HP logo que lançado e, agora, anos depois, tem maturidade suficiente - assim espero - para compreender os recursos utilizados por Jo Rowling na escrita de MS, um livro que pretende deixar à mostra todos os tipos humanos que compõem uma sociedade capitalista e burguesa, em que a maioria vive a desprezar o tipos humanos que habitam à periferia.

     O livro está dividido em sete partes (atenção, sete partes e não sete livros), com cada parte subdividida em dias (exceto a última parte, em que não há uma divisão clara desses dias). O primeiro dia da estória é o domingo, no qual Barry Fairbrother vem a óbito, vítima de um aneurisma. Barry ocupava a cadeira de  presidente do Conselho Distrital de Pagford. Adorado por uns, odiado por outros, era portador de um grande carisma. Com a sua morte, o enredo se desenrola numa disputa ferrenha, de amor e ódio (hehe), para decidir quem ocupará a vaga que era de Barry. Famílias tradicionais de Pagford, como os Mollison e os Wall, disputam a vaga. Em meio a isso, há enredos "menores" que sustentam a estória. Fields, um bairro popular às margens de Pagford, é defendido pelos Pró-Fields, no caso, quem apoiava Barry. Howard Mollison e sua patota, incluindo seu filho, Miles, que se candidatou para a vaga de presidente, são totalmente contra que a jurisdição de Fields seja de Pagford. Essa patota contra Fields objetiva que a jurisdição do bairro passe a Yarvil, cidade vizinha, que pensou na extensão de Cantermill, outro bairro popular. Assim, a luta se torna ferrenha pela defesa e crucificação de Fields e tudo que remete ao bairro, incluindo a clínica Belchapell, onde se desenvolve os trabalhos com viciados em heroína e, claro, o acompanhamento de assistentes sociais com as famílias de Fields. A trama central, por assim dizer, é esta: a substituição de Barry e tudo que isso envolve, disputas, desagrados, brigas, etc. 

     Outros personagens que são envolvidos no enredo: Andrew Price (o Arf), Stuart Wall (o Bola) - ambos amigos de longa data -, Gaia Bawden (filha de Kay Bawden), Suhkvinder Jawanda (a filha que passou boa parte da vida sendo renegada pelos pais, Parminder e Vikram Jawanda) e Krystal Weedon. Esses são os principais, e todos adolescentes. Sua histórias de cruzam em algum momento da narrativa, além de todos se envolverem, em algum momento, na mesma situação (é foi redundante. Azar, que fique assim). Um breve "resumo": sabe aquelas crises que todo adolescente tem? Pois então, esses personagens são "preenchidos" delas. Arf, filho mais velho e no auge da puberdade, tem problemas na relação com seu pai, Simon Price e, na tentativa de fazer o pai ser derrotado, divulga informações que o leva a desistir da candidatura do Conselho, sem esquecer da sua paixão por Gaia. Bola, filho adotivo, tem problemas na relação com seu pai, Colin ("Pombinho") Wall, e se envolve com Krystal Weedon, com quem tem sua primeira relação sexual. Gaia Bawden, filha de Kay Bawden (assistente social, única que agrade Krystal e Terri Weedon - esta, mãe de Krystal e Robbie), relutou muito em se mudar para Pagford, visto que tinha uma vida totalmente agitada nas redondezas de Londres. Suhkvinder Jawanda, filha de Parminder e Vikram Jawanda, é rejeitada pelos pais, vivendo isolada e com poucas amizades. Andrew Price, Gaia Bawden e Suhkvinder trabalham juntos no café Keetle Coper, de Howard Mollison. Enfim, podemos perceber que ao redor da eleição para o Conselho, diversas são as tramas que preenchem a estória. E claro, tudo muito bem arranjado pela escritora.

     A trama encerra com o velório e enterro de Krystal Weedon e seu irmão, Robbie. É um fechamento muito bonito, diferente do que eu esperava, mas bonito.

     À medida que a leitura avançava, eu percebia/pensava algumas semelhanças com personagens da série HP. Howard Mollison e sua esposa, Shirley, podem ser comparados com Válter e Petúnia Dursley, visto que o casal tem seu filho, Miles Mollison, como um deus, o cidadão mais justo e honesto de Pagford (o mesmo pensamento que povoa as mentes dos Dursley). Barry Faibrother, quando apresenta o remo à escola, é como Remo Lupin ao influenciar e ensinar Harry Potter, mas isso se transfere ao incentivo que Barry dá à Krystal, garota vista com indiferença devido ao lugar em que vive - Fields - e seu "gênio", quando ingressa na equipe de remo, depois de ser um destaque na apresentação do esporte. Se você leu isso que escrevi e também percebeu alguma semelhança, não deixe de comentar (nem que seja para dizer que tal semelhança não existe).

     Bom, eu encerro meu texto por aqui. Para melhores informações, NÃO deixe de ler o livro. Como sempre, Jo Rowling escreveu maravilhosamente bem. Talvez você também sinta um impacto ao começar a leitura, visto que o público alvo vem a ser outro, diferente da série HP. Morte Súbita, com certeza, é um ótimo livro. Será que renderia um bom filme?

     Um abraço!

5 comentários:

  1. Sinceramente, não sei o que pensar desse livro. Ele não me empolgou muito no início.
    Acho que é difícil não vincular os personagens e a forma de escrita com os livros do HP, então tenho medo de que esse livro me decepcione MUITO.

    Beijo
    Mariana | Sem querer me intrometer

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  2. Mariana, no início parece que a estória não vai te cativar, mas os rumos mudam. É a minha opinião, claro. Quanto à escrita, se tu entrar no meu blog, verá um texto sobre isso. É muito diferente da escrita em geral de Harry Potter. Bom, mas cada um com seu gosto, não é? hehe

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  3. Eu não sei se a escolha da J.K. de seguir um rumo literário totalmente diferente foi uma boa escolha. Ela poderia ter continuado no que ela sabe fazer e no que fez sucesso... Mas como ela não precisa de prestígio nem de dinheiro mais, tem mais é que apostar em novos talentos dela mesmo.
    Tenho muitas expectativas para ver esse lado novo da J.K.. Veremos.

    Um beijo,
    Luara - Estante Vertical

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  4. Já comentei lá no seu blog, mas quero dizer por aqui também que adorei a "resenha" , apesar de não ter gostado muito de falar sobre um fato do final. E amei a comparação com os personagens de HP ;*

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  5. Estou bastante curiosa em relação a esse livro.
    Por incrível que pareça não sei o que pensar, rs
    Mas espero em breve poder lê-lo.

    Beijos
    http://caroleblablabla.blogspot.com.br

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